Scania destaca veículos a gás na Agrishow

Scania impressionou os visitantes da 30ª Agrishow, em Ribeirão Preto, SP, com seus veículos vocacionais, especialmente desenvolvidos para o agronegócio e, em especial, a cultura de cana de açúcar.

O estande foi ancorado pelo cavalo mecânico RH 460 6×4 X-gás, uma alternativa e tanto para os usineiros que também produzem biometano. O veículo também serviu de mote para o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tecer loas ao gás como combustível alternativo para um futuro com muito menos emissões no campo.

Mas, o veículo tinha uma companhia de peso, o Super 500 RH 6×4, para o transporte de grãos; o fora de estrada G 560 6×4 XT canavieiro e o P 280 6×4 XT – Light Construction, que vai achando seu espaço nos talhões.  O motor Scania OC 13 de 13 litros movido a gás e apresentando potência de 400 kVA, também foi destacado.

Menor custo operacional

O Scania RH 460 6×4 a gás desenvolve potência máxima de 460 cv e incluindo o conceito “mochilão”, tem uma autonomia de 450 quilômetros na tração 6×4. O “mochilão”, pode levar 311 metros cúbicos de gás/biometano com a instalação de cilindros nas “costas” da cabine.

O RH 460 oferecerá, ainda, duas alternativas. Quem explica Marcelo Gallao, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Scania Operações Comerciais Brasil: “Passamos a ter duas opções de capacidade máxima de tração, a primeira de 90 toneladas e a de maior cmt, de 150 t, com redução nos cubos”.

“Desde dezembro de 2024, a Resolução Contran nº 1.015/2024 autoriza o aumento de uma tonelada no peso permitido por eixo dianteiro de caminhões que utilizam tecnologias de propulsão alternativas ao diesel. Com isso, temos agora a opção pela cabine R, a nossa mais vendida do mercado, de teto alto. Outra vantagem da tração 6×4 é tracionar composições de até 74 toneladas”, explica Gallao. Ele lembra ainda que é possível financiar os produtos a gás via CDC Verde, pelo Scania Banco.

Raio de giro 50% menor

Mas, não foi isso apenas que a Scania apresentou. Na diagonal oposta do estande oficial da montadora, a Megatec, distribuidora da Randon, exibia um novo conceito para o segmento sucroalcooleiro desenvolvido em parceria com a Scania.

Tendo como plataforma um cavalo mecânico G560 6×4 com bitola de 3 m e duas caixas de carga de 17 toneladas cada, o implemento chega a uma carga líquida de 34 toneladas.

Gallao explica que o grande ganho ocorre da oferta de um raio de giro muito menor, que aumenta verticalmente a produtividade. “Além disso – acrescenta o executivo – a torção de chassi é também muito menor, pois é absorvida e aumenta muito a possibilidade de o caminhão responder às curvas mais efetivamente que um transbordo em caminhão rígido”.

Produtividade

Ele mesmo explica que nos transbordos convencionais as caixas são mais compridas incrementando a torção no trabalho. “Ao contrário, na solução que apresentamos o cavalo traciona uma caçamba por uma quinta-roda e outra conta com o auxílio de uma longarina para a segunda caçamba, que incrementa a estabilidade do conjunto no talhão, destaca. A diminuição do raio de giro é um fator de destaque, pois facilita as manobras, acelera a velocidade da colheita e, portanto, aumenta a produtividade”, explica Gallao.

Essa diminuição do giro no campo ainda elimina o pisoteio de mudas, agiliza o ritmo de trabalho e, portanto, o desempenho da atividade. “Os ganhos são notáveis, normalmente os caminhões nessa operação transportam entre 21 e 22 toneladas”, calcula Gallao.

Assim, a bicomposição, com sua capacidade para até 34 t, pouco mais de 50% a mais que os convencionais, têm um impacto grande nos custos operacionais. “Temos então, no mínimo, um operador a menos. Uma máquina a menos e não vai parar a colheitadeira de cana”, explica.

Praticidade e multifunção

“O extensor de eixos é feito com uma longarina, que pode ser desmontada e o caminhão pode retornar a ser um caminhão canavieiro de longa distância normal. Ou seja, ele pode ser emplacado. A colheita da cana terminou é só engatar uma carreta tanque e vou usar o mesmo cavalo para o transporte de vinhaça.”

Se a necessidade for de plantio de cana. Pode-se engatar o implemento apropriado e pronto. Conclusão, o produtor nunca terá um ativo desse parado na entressafra. Gallao lembra que tudo isso leva a um valor de revenda mais interessante.

“É o conceito de cavalo mecânico de transbordo feito em parceria com a Megatec (veja matéria) com sucesso.” Nos equipamentos com três eixos traseiros, segundo Gallao, apesar da colocação de o último eixo esterçante é possível ver a dificuldade do equipamento em fazer as curvas e a obrigação de fazer manobras.

Num terreno molhado ou em condição pós-chuva ou declive, fazer o giro para sair da trilha e retornar é muito difícil. O eixo de tração já está numa vala e não é possível retirá-lo de lá. Então é necessário abrir o raio se se está num caminhão rígido.

“No caso do articulado com duas articulações ele responde muito mais – diz Gallao -, graças a um raio de giro 50% menor em virtude da articulação nas duas caçambas”. Acrescente-se ainda que o uso dos novos pneus Michelin e rodas Maxion refletem em custos 30% na substituição dos pneumáticos e rodas importados.

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