Grunner mostra nova geração autônoma

Grunner mostra nova geração autônoma

A Grunner Tecnologia, parceira da Mercedes-Benz no projeto do caminhão autônomo, chama atenção novamente, desta vez com a apresentação sua máquina de segunda geração com capacidade de 30 toneladas. Isso acontece depois de a primeira geração, sobre chassi Axor 3131 8×4, a série ATR, ter vendido 600 unidades e correspondido às expectativas dos compradores.

A nova geração agradou os visitantes da 28ª Agrishow, em Ribeirão Preto, SP, pela capacidade de carga e a velocidade que oferece em comparação com tratores tradicionais nas forragens, elevando substancialmente a produtividade dos serviços.

Máquina calcula crédito de CO2 sozinha

“São várias as vantagens que essa máquina oferece – diz Denis Arroyo, CEO da Grunner Smart Machines – a começar porque ela inclui até uma calculadora de crédito de CO2”. Na lavoura propriamente dita, a nova linha ADS, de distribuidores de corretivos e compostos orgânicos, apresentará números mais que interessantes para o produtor. Desenvoltura já comprovada em testes com o prototipo da série.

Para Denis, a começar pela vida útil, a nova série tem durabilidade estimada em 12 anos, enquanto a dos tratores adequados para o mesmo serviço varia entre 6 e 7 anos. A implementação não dura mais que 20 dias, feita sobre chassi Mercedes-Benz Arocs 10×4, no qual são instalados os componentes eletrônicos e o implemento.

Novo autônomo tem balança eletrônica

O aparato tecnológico da linha é grande. Para fazer jus à classificação de máquina do segmento de agricultura de precisão, o veículo trabalha com taxa fixa e variável, tem sistema de balança eletrônica e câmeras com iluminação. Isso tudo compensa o custo inicial de R$ 3,5 milhões.

“A amortização acontece rapidamente, graças às vantagens que a máquina oferece em produtividade, eficiência, capacidade, velocidade e a grande durabilidade”, diz Denis.

Produto para a agricultura de precisão 

A Grunner desenvolve a máquina 10×4 para atender especialmente as culturas de soja e milho. A grande diferença é que nessas culturas a colheita tem prazo curto para ser executada. “Ao contrário da cana, soja e milho têm poucos dias de colheita”, explica Denis.

Em razão dessas características, a velocidade das máquinas passa a ser prioridade. “Essa é a grande diferença, as máquinas têm uso misto e produtividade é o que mais importa.”

Com o Arocs 10×4 os ganhos serão grandes. Para se ter ideia, o plantio nacional de soja atinge 70 milhões de hectares, enquanto a cana-de-açúcar não ocupa mais que 7 milhões de hectares. Ou seja, o futuro das graneleiras será contado em horas de safra, não em meses.

Eficiência da máquina foi provada

A linha ADS, para distribuição de corretivos, atinge uma área de aplicação 55% maior, ao mesmo tempo em que o deslocamento para carregamento gasta 47% menos tempo. Tem capacidade de 30 t em vez de 16 t, a largura de aplicação alcança 16 m, a eficiência é de 25,6 há/h com a máquina rodando e o tempo de abastecimento é de 30 min incluindo translado e carregamento.      

“Além do maior volume a linha trabalha o ano inteiro, envolvida na colheita, nos tratos e no plantio”, enumera Denis. Para ele, o potencial da nova máquina chegará a 50 ou 60 unidades/ano.

Ganhos da linha ATR na colheita de cana

Os primeiros autônomos da Grunner, a linha ATR, conta com seis versões disponíveis, com configurações 8×4 e 10×4 e capacidades de 18 t, 20 t e a de 30 t e bitolas de 2,4 m, 2,8 m e 3 m para atender ao número de linhas de produção e o transbordo da cana de açúcar.

Na parte eletrônica, o modulo de acionamento eletro-hidráulico permite a integração do GPS com sinal RTK ou RTX. O piloto automático de rotação do motor para controle contínuo de velocidades de 1,5 km/h a 45 km/h.

Com pneus de alta flutuação tem suspensão mista com ajuste de nivelamento automático. O trem de força tem escape com proteção anti-chama e anti-palhas. Um sistema diferenciado de arrefecimento e intercooler foi desenvolvido para suportar a severidade da operação de cana. A série ATR, ainda, tem módulo dosador de fluxo, além de kit muda para capacidade de 20 t.

Máquina será multifuncional em 2024

“Com uma rodagem de cerca de 750 mil quilômetros, desmontamos o motor da primeira máquina da série e fizemos a medição de todas as peças. Foram seis safras e o desgaste foi praticamente zero”, diz Denis. (veja quadro)

O resultado o anima a estender a abrangência da máquina para novas aplicações: “Com certeza entraremos nas operações florestal e de citros. A máquina será multifunção em 2024. Temos 20 engenheiros trabalhando nisso.”   

Primeiro motor autônomo foi desmontado totalmente e resultados não poderiam ser melhores, desgaste extremamente baixo

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