Vendas do trimestre retrocedem 20 anos

Vendas do trimestre retrocedem 20 anos

Os números de abril da Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos, registraram números do fechamento do primeiro trimestre deste ano. O resultado foi de vendas 4,4% menores que as do ano passado e remontam a 2004. Ou seja, de duas décadas atrás.

O resultado é uma combinação de vários fatores, que têm inibido empresários e transportadores em geral a hesitar na hora da compra de veículos zero Euro 6. Estes, na realidade começaram a ser vendidos no dia 1º de abril, pois, a partir de então, passou a valer a proibição de venda de caminhões e ônibus Euro 5.       

Dificuldades se remontaram

Marcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, analisa a situação, citando várias causas que contribuíram para gerar a atual conjuntura. “Tivemos a pandemia, o aumento da taxa de juros, o lançamento de uma nova legislação de emissões, a crise dos semicondutores, a guerra Rússia – Ucrania e o reajuste necessário dos veículos, entre outros pontos”, enumera.

A somatória da produção de 24,5 mil caminhões no primeiro trimestre resume o prejuízo. Foram 28,8% caminhões a menos e 29,6% de ônibus. Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea diz que dos veículos vendidos apenas 6,4% foram de produzidos em 2023 (Euro 6).

Mercado em compasso de espera

Ou seja, embora boa parte das montadoras tivesse anunciado pátios quase limpos durante a Fenatran (realizada em novembro de 2022), a verdade é que a antecipação de compra foi muito maior do que se esperava.

“Praticamente 88% dos veículos emplacados este ano são Euro 5 ou Proconve 7 – observa Bonini -, uma reação do mercado aos juros altos, às restrições de financiamento e vários outros entraves.”  

Diante de tudo isso é explicável que os compradores estejam esperando por definições. Quem tinha que renovar avançou nas compras e adquiriu veículos Euro 5. Sobretudo para se desvencilhar de elevações de preços entre 20 a 30%.

Assim, o mercado de caminhões espera por uma reação da economia em geral, o crescimento do consumo e da produção agrícola e a contenção da inflação. As dificuldades com os insumos são cada vez menores, embora os preços destes continuem pressionando os dos produtos automotivos finais.

revtransporte

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