Sobra dinheiro na MP da renovação de frota
A Anfavea divulgou o desempenho do segmento de veículos comerciais no Brasil. A somatória anual de janeiro a agosto de 2023 foi de 70,2 mil caminhões, 14,0% abaixo das 81,7 mil unidades do período no ano anterior. Já no setor de chassis de ônibus a recuperação continua forte. Entre janeiro a agosto deste ano as vendas cresceram 39,2%, de 10,3 mil em 2022 para 14,3 mil.
No balanço mensal os números são pouco otimistas para o segmento de caminhões. Os 9,3 mil caminhões comercializados agora em 2023 foram 25,5% aquém das 12,5 mil vendidas no mês em 2022. Ao mesmo tempo os números referentes aos chassis de ônibus apontaram uma queda mais suave, de 14,7%, na comparação dos 1,7 mil chassis comercializados no mês em 2022 e os 1,5 mil deste ano.
O presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, parece um tanto decepcionado com os resultados da medida provisória que pretende renovar a frota, a 1175: “Devemos nos lembrar que a medida expira no dia 3 de outubro e R$ 700 milhões para ela reservados para veículos comerciais pesados, caminhões e ônibus, ainda não foram usados”, lamenta.
Invasão asiática
No plano geral outra coisa também é lamentada por Leite. Ele adverte sobre a preocupação da entidade quanto ao crescimento da participação dos fabricantes asiáticos, especialmente da China, no mercado latinoamericano. “Na última década a participação desses países cresceu de 4,6% para 21,2%”, diz ele.
É muita coisa. Basta dizer que a proporção equivale a quase 25% do mercado total, o correspondente a um veículo em cada quatro vendidos.