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O futuro está em testes
O presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO da América Latina, Achim Puchert, durante a 27ª Agrishow mostrou-se impressionado com a tecnologia de caminhões autônomos apresentada pela parceira brasileira Grunner Tecnologia Agrícola, de Lencóis Paulista, SP. O protótipo vem trabalhando 24 horas por dia numa grande usina de açúcar do interior paulista. O caminhão trator opera sem motorista e oferece 50% a mais produtividade e disponibilidade 30% maior que um trator. A usina quer adquirir 100 unidades do modelo.
Pré-sal caipira
Podemos aguardar excelentes notícias vindas do interior do Brasil, especialmente do agronegócio. O potencial de transformação da matriz de energia, hoje radicalmente dominada pelo diesel, via resíduos não tratados do agronegócio em todas as suas frentes – cana-de-açúcar, suínos, laticínios etc – chega a números astronômicos. Segundo o Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, o potencial pode alcançar 35% do que representa o diesel na matriz. Um grande desafogo para a logística brasileira de commodities.
Montadora no Centro-Oeste
A Grunner Tecnologia Agrícola vem obtendo um sucesso além do esperado. Suas máquinas para aplicação de fertilizantes, vinhaça, reboques para cana picada estão apresentando tal demanda que o próximo projeto da empresa é instalar uma nova fábrica no Centro Oeste, no município de Rio Verde, MS. A empresa de Lençóis Paulista, SP, está prestes a lançar o primeiro caminhão totalmente autônomo do país, veículo que opera 24 h/dia sem motorista. O produto é fruto de parceria com a Mercedes-Benz, que fornece o chassi e o trem de força.
O tamanho do setor
Durante sua posse, Marco Lima Leite, novo presidente da Anfavea trouxe à tona o tamanho real da indústria automobilística brasileira. O atual plano de investimento geral alcança R$ 55 bilhões e envolve 500 fornecedores diretos de peças e equipamentos associados ao Sindipeças e outras 6 mil empresas filiadas à Abimac. A crise entretanto ainda ronda o setor, especialmente com a falta de insumos. Entre as 14 fábricas que pararam durante a pandemia, 3 delas assim permaneciam no final de abril.
Impacto positivo nos preços
A redução do IPI pelo Governo Federal dá certo alívio para o consumidor de veículos pesados. O impacto esperado nos veículos de ciclo diesel a redução do preço final varia de -1,6% a -4,1%. Para híbridos o barateamento deve variar entre -1,7% e -4,1% e finalmente entre os elétricos a queda dever ser de -1,4% e -3,2%. Os reflexos da zeragem de vários impostos de importação de itens siderúrgicos pelo governo federal ainda não foram calculados.
Efeito retardado
Apesar da esperada baixa oferta de fertilizantes, a maior parte deles provenientes da Ucrânia e Rússia, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina diz que esta é uma bomba de efeito retardado: a escassez só afetará a próxima safra, pois as aplicações este ano já foram concluídas. Todavia, os efeitos nos custos da nova safra serão cruéis. Um alívio para muitos foram os embarques para o país em abril, 26 navios rumo ao porto de Santos. Só agora sabemos a importância dos nitrogenados (NPK) para a economia do país.
Inflação dos fertilizantes
A inflação dos fertilizantes começou bem antes da Guerra entre Ucrânia e Russia. Prova disso é que o aumento de preço em 2021 atingiu 150%, número que deve se repetir este ano. A Rússia exportou para o Brasil 8,1 milhões de toneladas de fertilizantes em 2021. O comprometimento de fornecimento recrudesce: com as sanções estabelecidas para a Rússia e Bielorússia, países são responsáveis por 40% do mercado mundial de potássio, Com a Guerra as exportações da Ucrânia também praticamente cessaram.
Inflação global
O conflito Rússia – Ucrânia deve levar a uma disparada do frete marítimo, causando uma “inflação mundial” que atinge em cheio o custo do consumo de commodities e deve provocar altas generalizadas de preços. O batismo foi feito por Luiz Carlos Moraes, ex-presidente da Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores no final do primeiro quadrimestre. Agora, os logísticos também entraram no rol de maior importância para as indústria.
Cuidado com a dose
Preocupantes para a Anfavea são as especulações que rondam entre os especialistas dos segmentos de transporte, logística e mobilidade sobre a possibilidade de a taxa Selic chegar aos 14% em vez da esperada de 12,5% no final do ano, aliás já ultrapassada no primeiro quadrimestre do ano. “O Ministério da Fazenda deve calibrar a Selic muito cuidadosamente”, sugere Luiz Carlos Moraes. Afinal, uma “dose demasiadamente forte pode matar o paciente”, diz a crença popular.
Inflação marítima
A inflação já estava descontrolada antes da Guerra da Ucrânia e deve recrudescer ainda mais. Para se ter ideia, informação de Luiz Gambim, diretor Comercial da DAF Caminhões Brasil, um contêiner que custava cerca US$ 2 mil entre a Europa e América do Sul disparou para US$ 7 mil nos últimos meses. O peso disso pode ser calculado pelas necessidades da própria DAF: a demanda é de 80 contêineres/dia para o suprimento de suas linhas.
Para todo serviço
Volkswagen comemora o sucesso do Delivery Express, o oitavo mais vendido do mercado de caminhões no país. Em paralelo ao êxito no segmento de logística e distribuição, a linha também agrada no fora de estrada. O VW Delivery 11.180 4×4 está nesse rol, um faz tudo do portfólio da montadora. Com capacidade para 7 toneladas uteis, o veículo é adequado a todos os prestadores de serviços de campo, entre montagem, manutenção e operação de campo e pode até substituir trator.
Governos: sócios de todos
Outra vergonha nacional é a escandalosa carga tributária. Pelos cálculos da Anfavea a carga tributária sobre os veículos varia entre 37% e 44%. Ou seja, metade do seu carro é do governo, um pouco menos se o veículo for um caminhão. Para se ter ideia da extensão desse absurdo, para que os departamentos de finanças calculem o índice de IPI é preciso pesquisar num livro de 400 páginas. É isso mesmo, 400. O país dos absurdos. Burocracia demais, eficiência de menos.