Nasce o primeiro micro autônomo nacional

Nasce o primeiro micro autônomo nacional

A Marcopolo entra para a história e em novo patamar tecnológico com a apresentação do Volare Attack 8 autônomo. A novidade foi desenvolvida em parceria com a Lume Robotics. Trata-se do primeiro protótipo de micro-ônibus autônomo da América do Sul a circular em circuitos fechados – fábrica da empresa em Caxias do Sul, RS – e em operações reais.

É efetivamente um fato relevante para o transporte de passageiros brasileiro, mesmo que para circulação indoor, pelo menos neste primeiro momento. A primeira versão, já operacional em nível 2 de automação – sob assistência do motorista – utiliza propulsor de combustão interna diesel Cummins ISF 3.8 Euro 5 de 152 cv. Usa freios ABS e cambio automático.

Esse detalhe, por si só, já mostra um diferencial do veículo. É uma maneira de oferecer um autônomo mais acessível ao mercado que os de tração elétrica. Esta deverá ser opção também quando o desenvolvimento do produto chegar ao nível Quatro de automação, aquela que dispensa totalmente o apoio do condutor.

Protagonismo tecnológico

André Vidal Armaganijan, CEO da Marcopolo, ressalta a importância da novidade: “Reforçamos nosso protagonismo no desenvolvimento de soluções em mobilidade e demos mais um passo importante na história da companhia. Investimos em soluções pensadas nos passageiros e nos desafios das cidades modernas. O veículo autônomo é um exemplo de inovação alinhada a uma tendência global”, observa ele.

Com os olhos fixos no futuro da mobilidade, a Marcopolo, desta vez em parceria com a startup Lume Robotics, desenvolve tecnologia de ponta, novas oportunidades de mercado. O autônomo é uma inovação que introduz a empresa numa tendência mundial.  

Parcerias fazem diferença

“Graças à parceria da Lume e a Marcopolo, o Brasil se coloca entre o seleto grupo de países que dominam a tecnologia. Estamos falando de um projeto capaz de entregar ganhos de segurança e eficiência operacional aos sistemas de mobilidade”, destaca Rânik Guidolini, diretor Executivo da Lume Robotics.

No rol de parceiros estão ainda a Curtis-Wright, na instalação da seletora elétrica de câmbio, e a Soha, startup especializada em IoT – Internet das Coisas, que desenvolveu os sensores de monitoramento em tempo real a ocupação dos assentos e o uso do cinto de segurança.

Os testes do produto começaram em dezembro do ano passado e em seguida, em março, a fase de avaliação em operação real na siderúrgica ArcelorMittal Tubarão.

Uma grande série de possibilidades

“Os primeiros estudos para o desenvolvimento do micro-ônibus autônomo reforçam o conhecimento e o potencial de inovação da engenharia nacional. Além disso, isso nos insere no seleto grupo de países que estudam a viabilidade da tecnologia, como Estados Unidos, Alemanha e China”, defende João Paulo Ledur, diretor de Estratégia e Transformação Digital da Marcopolo.

O executivo reforça que a mineração é um dos grandes nichos a serem atendidos pelo autônomo, além de outros serviços de movimentação indoor, como deslocamento de funcionários em grandes fábricas, refinarias de petróleo, áreas de produção e outras. Além de ser opção ideal para locais que exigem operação sob demanda.

Versatilidade e facilidades

Embora possa ser aplicada em qualquer categoria de ônibus, a tecnologia autônoma pode ser aplicada em qualquer veículo que tenha câmbio automático. A escolha do Volare Attack 8 foi fruto de sua versatilidade e sua capacidade de transportar 21 passageiros.

Todo o hardware e software são embarcados diretamente no veículo e dispensam a necessidade de conexão com a internet, reforçando a segurança cibernética do protótipo, uma vez que todas as funções de condução são feitas sem acesso à internet.

O desenvolvimento do protótipo autônomo incluiu a instalação de módulos de comando elétricos e pneumáticos para controlar a direção, os sistemas de frenagem e aceleração, além da transmissão.   

Melhorias progressivas

Um computador de processamento de dados e um conjunto de sensores – composto por quatro LiDAR (Light Detection and Ranging – Detecção e Medição de Distância por Luz), instalados nas laterais dianteira e traseira, uma câmera, unidade de medição inercial (IMU) e GPS – que possibilitam observar o ambiente ao redor, como velocidade instantânea, estado do câmbio, nível de combustível, possíveis falhas, entre outros. Todos esses dados são transmitidos ao computador de processamento de dados, que comanda o funcionamento do micro-ônibus.

“Acreditamos que ainda existam aspectos a serem desenvolvidos, tanto na experiência de uso dos veículos, como na percepção de segurança do passageiro e na conexão e interação do micro-ônibus com o ambiente externo. Ainda serão realizados novos testes e pesquisas para que o modelo seja uma realidade para o mercado”, João Paulo Ledur, o famoso JP.

revtransporte

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *