Confiança apesar de tudo – Luis Gambim, diretor Comercial da DAF Caminhões

Confiança apesar de tudo – Luis Gambim, diretor Comercial da DAF Caminhões

A DAF entra em novo patamar ainda neste primeiro semestre. Até agora desfrutando de grande prestígio no mercado dos pesados e extrapesados, a entrada no mercado do DAF CF marcará a entrada da marca no segmento de caminhões semipesados e a imediata expansão dos seus negócios no país. Vai dobrar a meta, pode-se dizer.

Até o lançamento, a produção dos DAF CF estará totalmente voltada para o abastecimento da rede de concessionárias com uma frota de demonstração de respeito. Deve variar entre 250 e 300 unidades, número que viabiliza a estratégia da empresa.

“Vamos produzir de acordo com a demanda, o mercado é que manda”, esclarece Luis Gambim, diretor Comercial da DAF Caminhões Brasil. O cuidado principal é que não faltem peças de reposição, seguindo a receita de sucesso aplicada no lançamento dos pesados XF. A estimativa é vender de 800 a 1.000 unidades ainda este ano. No total serão 10 mil caminhões produzidos pela fábrica de Ponta Grossa, PR, no período.

Com um mercado total que deve atingir 100 mil caminhões acima de 15 toneladas, a DAF poderá, com sua inserção no mercado de semipesados, comemorar a chegada ao seleto rol das montadoras a atingir a sonhada marca de 10% de participação no mercado.

O sucesso nas vendas de caminhões DAF, apesar da crise econômica gerada pela pandemia, está ligado aos números dos segmentos econômicos atendidos. “O PIB agrícola deve crescer 5%, bastante robusto em comparação com o da economia em geral, de 0,5%”, analisa. Quedas são esperadas, mas os números são grandes o suficiente para sustentar a esperança de crescimento. A soja das esperadas 300 milhões de toneladas deve movimentar 280 milhões de t e assim por diante.

Devemos nos preparar para reagir rápido porque a demanda deve ser em vê. Gambim destaca: “Ano eleitoral, pré-buy causado pelo novo Proconve, falta de peças mundial, guerra no leste europeu, custos elevados de logística, frete marítimo e contêineres, mas, em contrapartida, a demanda reprimida é muito forte.”

No caso da DAF, o frete contêiner aumentou mais do que o da carne no supermercado, passou de US$ 2 mil para US$ 7 mil – a empresa “consome” 80 unidades/dia. As defasagens estão represadas em decorrência dos contratos de longo prazo. E isso ocorre desde o aço, os pneus, os semicondutores etc.

A maior preocupação de Gambim está na taxa de juros: “A taxa Selic acima de 10% é perniciosa no aspecto de vendas.” Para ele, essa taxa define a demanda, um cliente comprava um caminhão com uma parcela de cerca de R$ 14 mil, hoje está para mais de R$ 18 mil.

O dano à economia provém desse dispêndio a que mais irradia para o custo de frete, o de logística e finalmente se multiplica para toda a cadeia de consumo, elevando a inflação e refreando o ímpeto de compra do transportador.  Com a decolada do diesel pior ainda. 

“O cliente de semipesados é diferente, ele é mais emocional – explica Gambim -, ele gosta de chegar e dizer que quer o veículo tal, que está exposto.” Por isso, até abril a rede está sendo “armada” para atender essa clientela especial.

O objetivo é manter a reputação conquistada nos pesados de que os DAF não quebram, são econômicos, confortáveis e seguros. “Nosso maior cartão de visita é o motorista que chega no posto de abastecimento e depois de uma noite bem dormida se mostra satisfeito com o nosso veículo. Essa é a nossa missão como fabricante.”     

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